
As vendas de títulos públicos a investidores pessoas físicas por meio do Tesouro Direto alcançaram R$ 7,17 bilhões em outubro, o maior valor já registrado para esse mês desde o início do programa, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira (26). O resultado superou em 4,59 % os R$ 6,86 bilhões movimentados em setembro e ficou 27,03 % acima do verificado em outubro de 2022.
O recorde absoluto do Tesouro Direto continua sendo o de março deste ano, quando as colocações somaram R$ 11,69 bilhões. Ainda assim, o desempenho de outubro reforça o interesse crescente dos investidores por títulos públicos, impulsionado principalmente pelos níveis atuais da taxa Selic e pelas expectativas para a inflação.
Composição das vendas
Os papéis indexados à Selic responderam pela maior fatia das negociações, com 48,1 % do total. Títulos atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficaram em segundo lugar, representando 32,2 %, enquanto os títulos prefixados corresponderam a 10,6 %.
Lançado no início de 2023 para formar poupança para a aposentadoria, o Tesouro Renda+ participou com 7,2 % das vendas. Já o Tesouro Educa+, criado em agosto para financiar estudos superiores, respondeu por 1,9 %.
Juros elevados mantêm atratividade
De acordo com o Tesouro Nacional, a procura por papéis indexados à Selic é explicada pelo patamar atual da taxa básica, que passou de 10,5 % ao ano em setembro do ano passado para 15 % ao ano. A perspectiva de maior inflação nos próximos meses também tem estimulado a compra de títulos corrigidos pelo IPCA.
Estoque ultrapassa R$ 200 bilhões
O valor total em circulação no Tesouro Direto superou pela primeira vez a marca de R$ 200 bilhões, fechando outubro em R$ 200,97 bilhões. O montante representa alta de 2,89 % frente a setembro (R$ 180,35 bilhões) e de 36,68 % em comparação com igual mês de 2022. O crescimento foi impulsionado tanto pela correção dos papéis quanto pelo saldo líquido positivo entre vendas e resgates, de R$ 3,71 bilhões no período.
Perfil dos investidores
O programa registrou 238.716 novos participantes em outubro, elevando o número total de cadastrados para 33.766.759, avanço de 11,7 % em 12 meses. Desse grupo, 3.257.794 são considerados ativos, ou seja, possuem operações em aberto, cifra 20,7 % superior à de um ano atrás.
As estatísticas evidenciam a adesão de pequenos aplicadores: 80,2 % das 969.001 operações realizadas no mês envolveram aportes de até R$ 5 mil, e 56,2 % foram inferiores a R$ 1 mil. O tíquete médio por transação ficou em R$ 7.631,62.
Prazos escolhidos
Os investidores continuam favorecendo vencimentos mais curtos. Títulos com prazo de até cinco anos responderam por 54,9 % das vendas, enquanto os papéis de cinco a dez anos representaram 27,3 %. Aplicações com duração superior a dez anos corresponderam a 17,7 % do total negociado.
Criado em janeiro de 2002, o Tesouro Direto permite a aquisição on-line de títulos públicos sem intermediação de bancos, mediante o pagamento somente da taxa de custódia cobrada pela B3. A emissão de títulos é uma das principais ferramentas do governo para financiar suas obrigações, oferecendo aos cidadãos remuneração atrelada à Selic, à inflação ou a taxas prefixadas.

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