A nova minissérie Ângela Diniz, que resgata episódios marcantes da sociedade brasileira, apresenta o jornalista Ibrahim Sued, interpretado por Thiago Lacerda. Ícone do colunismo social, Sued transformou a cobertura de eventos, mesclando informação política, bastidores e entretenimento.
Nascido no Rio de Janeiro em 1924, Ibrahim iniciou a carreira como repórter fotográfico. O reconhecimento veio em 1946, ao registrar a visita do general norte-americano Dwight Eisenhower. A repercussão abriu espaço para que ele circulasse com desenvoltura pelos salões da elite carioca, experiência que, anos depois, serviria de base para a criação de um novo formato de jornalismo social.
A grande virada ocorreu em 1955, quando passou a assinar coluna diária em O Globo. O texto direto, carregado de bordões como “sorry, periferia” e “ademã, que eu vou em frente”, logo ganhou público fiel. A fórmula combinava relatos de festas, notas exclusivas sobre negócios e informações de bastidores de Brasília, rompendo a fronteira entre imprensa e entretenimento.
Entre a segunda metade dos anos 1950 e o fim da década de 1980, Sued publicou mais de 15 mil colunas, número que lhe garantiu menção no Guinness Book como um dos jornalistas mais produtivos do mundo. No mesmo período, criou o Clube dos Cafajestes ao lado de amigos boêmios, reforçando a imagem de cronista que vivia intensamente o universo que narrava.
O alcance do colunista ultrapassou as páginas impressas. Na televisão, comandou Ibrahim Sued Repórter na TV Rio e, anos depois, repetiu o formato na TV Globo, aprofundando a presença de conteúdo social na grade eletrônica. Ainda diversificou a carreira compondo canções e participando de programas de auditório.
A trajetória ganhou homenagem permanente com a estátua instalada em frente ao Copacabana Palace, no Rio, e foi revisitada no documentário Ademã – A Vida e as Notas de Ibrahim Sued, lançado em 2022. Agora, o personagem volta ao centro das atenções por meio da interpretação de Thiago Lacerda, que procura evidenciar o estilo irreverente e o impacto profissional do colunista.
Ao incluir Ibrahim Sued no enredo, a produção de Ângela Diniz reforça a relevância histórica desse comunicador para o jornalismo brasileiro. O retrato também apresenta ao público mais jovem o legado de quem, durante mais de três décadas, moldou a forma de se noticiar a vida social no país.
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