
A TikTok fechou acordos vinculativos para transferir sua operação nos Estados Unidos a um consórcio formado por Oracle, Silver Lake e MGX, conforme memorando interno obtido pela Associated Press. A conclusão da venda está marcada para 22 de janeiro de 2025 e garante a permanência do aplicativo no mercado norte-americano, atendendo à lei aprovada em abril que condicionava a continuidade do serviço à saída da controladora chinesa ByteDance.
Segundo o documento, a nova joint venture terá metade do capital distribuído em três lotes iguais: Oracle, Silver Lake e MGX deterão, cada uma, 15% de participação. Outros 30,1% ficarão com afiliadas de investidores já presentes na ByteDance, enquanto 19,9% permanecerão sob controle direto da empresa sediada em Pequim.
O arranjo societário será supervisionado por um Conselho de Administração de sete membros, majoritariamente norte-americanos. O órgão terá autonomia sobre políticas de moderação e sobre a gestão da plataforma em território dos EUA.
As cláusulas do acordo incluem medidas específicas de proteção a dados e segurança nacional. Todas as informações de usuários norte-americanos serão armazenadas localmente, em infraestrutura operada pela Oracle, e não poderão ser acessadas de fora do país sem autorização prévia. “Os dados dos usuários norte-americanos permanecerão em servidores locais operados pela Oracle”, destaca o texto.
O algoritmo que define o feed de vídeos — considerado o principal ativo tecnológico do aplicativo — será reconfigurado a partir dos dados coletados nos Estados Unidos, com o objetivo de impedir manipulação externa de conteúdo. A nova estrutura corporativa também ficará responsável por definir critérios de moderação e transparência, respondendo diretamente às autoridades regulatórias norte-americanas.
A venda encerra um impasse que se arrastava desde 2020 e se intensificou em abril de 2025, quando o Congresso e o presidente Joe Biden aprovaram legislação estipulando prazo até janeiro de 2025 para que a ByteDance deixasse de controlar a operação local. Durante o intervalo, prorrogações sucessivas foram concedidas por ordens executivas do então presidente Donald Trump, enquanto a Casa Branca buscava um modelo que respondesse às preocupações sobre segurança nacional e privacidade.
“Assinamos acordos vinculativos com Oracle, Silver Lake e MGX para assegurar a continuidade do TikTok nos Estados Unidos”, afirmou no memorando o CEO Shou Zi Chew. A empresa entende que, concluída a transação, o aplicativo seguirá disponível sem interrupções para os mais de 170 milhões de usuários norte-americanos.

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