Trump diz ter ‘ótima conversa’ com Lula e discute tarifas dos EUA

Imagem de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva sorrindo durante conversa, com destaque para a relação diplomática entre EUA e Brasil após discussão sobre tarifas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2) ter mantido “uma ótima conversa” por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O diálogo, que durou cerca de 40 minutos, concentrou-se na retirada das tarifas dos EUA que ainda incidem sobre produtos brasileiros e na cooperação contra o crime organizado.

Segundo Trump, o tema principal foi o chamado tarifaço, imposto por Washington em julho, que incluiu uma sobretaxa de 40% sobre itens importados do Brasil, além da tarifa global de 10% aplicada a todos os países. “Tivemos uma ótima conversa, conversamos sobre negócios e sanções”, declarou o republicano a jornalistas, acrescentando que “gosta” do colega brasileiro.

Desde então, os Estados Unidos já derrubaram a cobrança adicional de 10% e, em novembro, suspenderam a sobretaxa de 40% sobre produtos como carne e café. O governo brasileiro, porém, insiste na remoção das tarifas dos EUA que ainda afetam outros segmentos da pauta exportadora nacional.

Em nota, o Palácio do Planalto informou que Lula “destacou que ainda há outros produtos tarifados que precisam ser discutidos entre os dois países e que o Brasil deseja avançar rápido nessas negociações”. O presidente brasileiro também reiterou pedido para que sejam revogadas medidas restritivas contra autoridades do país, como o cancelamento de vistos e sanções financeiras adotadas em 2024.

Levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços mostra que 22% das exportações brasileiras, equivalentes a US$ 8,9 bilhões, continuam sujeitas à sobretaxa mínima de 40% — em alguns casos, de 50%, porque acumulam a tarifa global de 10%. Outros 15% (US$ 6,2 bilhões) sofrem apenas a tarifa global, enquanto 27% (US$ 10,9 bilhões) permanecem enquadrados na Seção 232, dispositivo usado pelos EUA para impor barreiras por razões de segurança nacional. Itens como aço e autopeças estão nesse grupo.

O decreto norte-americano que criou o tarifaço previu quase 700 exceções, incluindo suco de laranja e produtos de aviação, o que poupou 43% do valor exportado pelo Brasil. Mesmo assim, a sobretaxa inicial repercutiu em setores agrícolas e industriais, levando o governo Lula a intensificar tratativas bilaterais desde outubro. Naquele mês, os dois líderes conversaram pela primeira vez após a Assembleia Geral da ONU, ocasião em que, segundo Trump, houve “boa química”.

No telefonema desta terça-feira, ambos também concordaram em ampliar a colaboração no combate ao crime organizado transnacional. Detalhes sobre possíveis ações conjuntas não foram divulgados.

O governo brasileiro considera que o recuo parcial das tarifas americanas demonstra “progresso inicial”, mas insiste que a eliminação completa das barreiras é essencial para restabelecer a competitividade de diversos setores no mercado norte-americano. As equipes econômicas dos dois países devem retomar as conversas técnicas nas próximas semanas, sem data definida para um novo encontro entre os presidentes.

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