Trump elogia Lula, fala em ‘química’ e agenda reunião bilateral

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou que pretende se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, após um rápido contato nos bastidores da 80ª Assembleia Geral da ONU. Segundo Trump, o encontro servirá para discutir tarifas comerciais e temas de soberania que vêm tensionando as relações bilaterais.

Trump foi o segundo a discursar na sessão de abertura, logo depois de Lula. Em entrevista após sua fala, o norte-americano relatou ter cumprimentado o líder brasileiro por cerca de 20 segundos na entrada do plenário e afirmou ter sentido “química excelente” entre ambos. “Gosto dele e ele gosta de mim”, disse o republicano.

O mandatário justificou as tarifas de 50% impostas recentemente a determinados produtos brasileiros como medida de defesa econômica. Ele argumentou que, durante décadas, os Estados Unidos teriam sido prejudicados por políticas comerciais de outros países, inclusive o Brasil, que, segundo Trump, aplicou taxas “imensas e injustas” a produtos norte-americanos.

Trump acrescentou que Washington responde para proteger “a soberania e os direitos de cidadãos americanos”, mas sinalizou estar aberto a cooperação. “Se trabalharmos juntos, o Brasil pode se sair muito bem; sem os Estados Unidos, outros já fracassaram”, declarou.

O governo brasileiro, por sua vez, sustenta que os Estados Unidos acumularam superávit superior a US$ 400 bilhões nas trocas bilaterais ao longo dos últimos 15 anos, motivo pelo qual considera injustificável a nova tarifa. Em nota, o Itamaraty afirmou que discutirá o tema no encontro bilateral anunciado por Trump.

No âmbito institucional, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, enviou carta à administração norte-americana rebatendo críticas sobre suposta censura no Brasil. Ele afirmou que decisões da Corte visam “proteger a liberdade de expressão” e classificou como “compreensão imprecisa dos fatos” a justificativa usada por Washington para a sobretaxa de 50%.

A reunião entre Trump e Lula ainda não tem local divulgado, mas deve ocorrer em Nova York antes do retorno das delegações aos respectivos países. O Palácio do Planalto confirmou que a agenda está em fase final de acerto e que a pauta incluirá comércio, meio ambiente e governança global.

Com a sinalização de diálogo, ambos os governos evitam antecipar resultados, mas interlocutores em Brasília e em Washington avaliam que o encontro poderá definir os próximos passos na disputa tarifária e abrir espaço para novas parcerias econômicas.

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