Txai Suruí pede decisão indígena nos espaços oficiais da COP30

A líder indígena Txai Suruí cobrou, neste sábado (15), maior participação dos povos originários nos fóruns decisórios da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). A declaração foi feita durante a Marcha Mundial pelo Clima, que percorreu as ruas de Belém reunindo organizações sociais, comunidades tradicionais e ambientalistas.

Segundo a ativista do povo Paiter Suruí — cujos territórios estão localizados em Rondônia e Mato Grosso —, as recentes manifestações indígenas na chamada Zona Azul da COP30, ocorridas na terça e na sexta-feira anteriores, indicam insatisfação com a forma como as populações tradicionais vêm sendo representadas nos debates climáticos. Ela comparou a situação a “ter um evento na própria casa sem poder entrar”, reforçando que decisões sobre clima e território não podem ser tomadas sem quem vive nessas áreas.

Txai enfatizou que os povos indígenas “jamais permitirão” que a conferência avance sem ouvir suas reivindicações. Para ela, garantir assento nos espaços de deliberação é fundamental para que denúncias de violações de direitos sejam reconhecidas e para que propostas de proteção territorial sejam consideradas pelas delegações oficiais.

Durante a marcha, a militante saudou a mobilização conjunta de indígenas, quilombolas, extrativistas e demais moradores da Amazônia. Em sua avaliação, a presença dessas vozes nas ruas reforça a mensagem de que a demarcação de territórios indígenas é uma medida central no enfrentamento das emergências climáticas. “Se a COP não consegue nos dar respostas para a crise, a resposta somos nós”, afirmou.

Outro ponto destacado foi a oposição à exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Para Txai Suruí, projetos de extração de óleo na região são incompatíveis com os compromissos de redução de emissões assumidos pelo Brasil e ameaçam a integridade ambiental da Amazônia.

A Marcha Mundial pelo Clima agregou pautas de justiça climática, proteção de biomas e direitos das populações tradicionais, reforçando demandas que deverão ganhar visibilidade nos preparativos da COP30, marcada para 2026, também em Belém. Nos próximos meses, movimentos sociais planejam intensificar o diálogo com governos e organismos internacionais para assegurar a inclusão efetiva de representantes indígenas nas mesas de negociação.

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