Uso terapêutico da luz reduz estresse, ansiedade e insônia crônica

Paciente realizando terapia com luz vermelha para reduzir estresse, ansiedade e insônia crônica, evidenciando uso terapêutico dessa tecnologia.
Foto: Banco de imagem

A exposição planejada à luz natural ou artificial de alta intensidade e a aplicação de terapia de luz com lasers e LEDs de faixa vermelha e infravermelha têm mostrado benefícios clínicos no controle do estresse, da ansiedade e da insônia, de acordo com pesquisas publicadas entre 2023 e 2024.

O ponto de partida para esses resultados está no núcleo supraquiasmático, região do hipotálamo que sincroniza o relógio biológico humano por meio da luminosidade captada pela retina. De manhã, comprimentos de onda mais curtos, como a luz azul, inibem a produção de melatonina e estimulam níveis adequados de cortisol, favorecendo estado de alerta. À noite, a diminuição gradual da claridade sinaliza que é hora de dormir. A rotina moderna, porém, rompe esse ciclo ao expor as pessoas a escritórios de baixa luminância durante o dia e a telas eletrônicas no período noturno.

Uma meta-análise do Journal of Sleep Research (2023), que reuniu 13 ensaios clínicos, mostrou que sessões de luz brilhante durante o dia reduziram despertares noturnos e tornaram o sono mais contínuo, ainda que não alterem significativamente a duração total do descanso. “Mesmo sem aumentar o tempo de sono, a melhora na manutenção já representa avanço concreto para quem sofre de insônia”, destacou um dos autores no artigo.

Fotobiomodulação atua dentro da célula

Além da luz branca intensa, a fotobiomodulação emprega lasers ou LEDs entre 630 nm e 1 100 nm. Ao atingir as mitocôndrias, essa radiação ativa a enzima citocromo c oxidase, elevando a produção de ATP, modulando espécies reativas de oxigênio e liberando óxido nítrico, o que melhora circulação e reduz processos inflamatórios.

No sistema nervoso, a aplicação transcraniana (tPBM) em regiões pré-frontais aumenta o metabolismo energético do córtex e otimiza a hemodinâmica cerebral. Estudo publicado na revista Frontiers in Psychiatry em 2024 relatou redução moderada de sintomas depressivos e indícios de alívio da ansiedade após ciclos de tPBM.

Outro ensaio, controlado por placebo e divulgado no Journal of Clinical Sleep Medicine (2023), avaliou sessões de fotobiomodulação no pescoço antes do repouso noturno. Participantes relataram maior relaxamento, sono de melhor qualidade e sensação de mais disposição ao despertar.

Aplicação clínica e segurança

Na prática, dispositivos de fotobiomodulação permitem ajustar comprimento de onda, dose e tempo de exposição conforme a necessidade individual. Tratamentos são realizados em consultórios ou clínicas especializadas, sempre por profissionais habilitados em laserterapia. Protocolos também exploram a fotobiomodulação vascular, voltada a otimizar a circulação e, indiretamente, a qualidade do sono.

Relatos de pacientes indicam que, após poucas semanas de sessões estruturadas, é comum acordar mais descansado, ter menos despertares e apresentar humor estável. “A combinação de luz intensa pela manhã e fotobiomodulação direcionada tem ajudado a restabelecer o ritmo circadiano”, explicou uma biomédica responsável por atendimentos em São Paulo.

Os dados reunidos sugerem que o uso terapêutico da luz, quando supervisionado, constitui ferramenta adicional no manejo do estresse, da ansiedade e dos distúrbios de sono, oferecendo alternativa não farmacológica que apoia o equilíbrio mental e fisiológico.

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