
O sambista Zeca Pagodinho foi o centro das atenções na nona edição do Prêmio da União Brasileira de Compositores (UBC), realizada no Rio de Janeiro. A cerimônia, ambientada com roda de samba, petiscos de botequim e chope liberado, marcou a primeira vez que um artista dedicado ao samba recebeu o troféu da entidade.
Acompanhado da esposa Mônica Silva, de filhos e netos, o músico assistiu de perto à apresentação de sua própria banda, que contou com participações especiais. Entre elas, destacou-se a filha Eliza Piquet, que assumiu os vocais em alguns números. O neto Noah também subiu ao palco para dividir com o avô a clássica “Camarão que Dorme a Onda Leva”.
Durante o show, Zeca não se limitou ao papel de homenageado. Ele regeu os instrumentistas, fez ajustes no retorno de som e apoiou o pedido do gaitista Rildo Hora para repetir, ao lado de Teresa Cristina, a música “Lente de Contato”.
Ao receber o prêmio, o cantor surpreendeu o público ao minimizar o mérito da condecoração. “Não sei se mereço essa homenagem. Acho que não”, declarou. A plateia respondeu em coro com um “merece”, encerrando a dúvida do artista.
Mesmo assim, Zeca fez questão de dividir o palco no final da cerimônia com nomes como Gilberto Gil, Vanessa da Mata, João Gomes, Zeca Baleiro, Moacyr Luz e Zélia Duncan, entre outros convidados que entoaram seus sucessos mais conhecidos.
Artistas presentes frisaram a importância do sambista para a música brasileira. “Zeca é aquele que abre caminhos para nós, cantores brasileiros”, afirmou a cantora Mariane de Castro. Já Fernanda Takai destacou que o carioca “é uma referência da nossa MPB”.
Antes de Zeca Pagodinho, o Prêmio UBC já homenageou nomes como Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Milton Nascimento, Djavan, Alceu Valença, Caetano Veloso, Rita Lee e Roberto de Carvalho. Com a escolha deste ano, a entidade reconhece oficialmente a trajetória de um dos ícones do samba contemporâneo, conhecido por letras bem-humoradas, voz marcante e pelo envolvimento direto com as tradições dos bares e rodas do Rio de Janeiro.

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