
Mais de 40% dos adultos apresentam algum grau de insônia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e cerca de 15% convivem com a forma crônica do distúrbio. Esse quadro reflete uma cultura que valoriza a produtividade contínua e transforma o sono em “tempo perdido”, criando um ciclo de privação de sono, irritabilidade, lapsos de memória, ganho de peso e queda da imunidade.
Corpo parado, mente alerta
O sono é um processo ativo de reorganização neural, regulação hormonal e reparo de tecidos. Quando as horas de descanso são insuficientes ou fragmentadas, o sistema nervoso não conclui essas etapas. As consequências aparecem no dia a dia: sensação de cansaço persistente, dificuldade de concentração e humor instável, mesmo após longos períodos na cama.
Medicamentos à noite, estimulantes de manhã
Muitos pacientes recorrem a hipnóticos para dormir e a bebidas energéticas ou supercoffees para despertar. Essa alternância entre sedação e estimulação impede que o cérebro alcance fases profundas de recuperação, mantêm o sistema nervoso em alerta e desregula hormônios ligados ao estresse. O resultado é um ciclo de exaustão que se retroalimenta.
Luz como ferramenta terapêutica
Na medicina biofotônica, a laserterapia desponta como alternativa sem fármacos para melhorar a qualidade do sono. Protocolos específicos de luz agem em receptores neurofisiológicos do sistema nervoso autônomo, favorecendo o relaxamento e a restauração do relógio biológico individual. “A intervenção luminosa respeita o ritmo interno do paciente e reduz a dependência de medicamentos”, explica a pesquisadora Lara Motta.
Ambiente e termorregulação
Fatores externos influenciam diretamente o início e a manutenção do sono. Travesseiros que retêm calor, por exemplo, dificultam a queda natural da temperatura corporal necessária para adormecer. Ambientes arejados, escuros e silenciosos colaboram para que o organismo reconheça o momento de repousar.
Reprogramar o relógio interno
Especialistas recomendam a adoção de rotinas regulares de deitar e levantar, redução do uso de telas antes de dormir, eliminação gradativa de cafeína à noite e práticas de relaxamento. Cada indivíduo possui um cronotipo único; respeitá-lo evita a sensação de “nadar contra a corrente”. “Dormir bem não é luxo, é necessidade fisiológica”, reforça Motta.
Romper o padrão de privação de sono exige abordar simultaneamente hábitos diurnos, ambiente noturno e intervenções clínicas adequadas. Com ajustes consistentes, é possível restaurar energia, estabilidade emocional e desempenho cognitivo sem recorrer a estímulos artificiais diários.

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