Capitão América 3: Guerra Civil

Por Alan Morais

Enfim chegou o terceiro e mais aguardado filme do Capitão América “Guerra Civil”, a décima terceira
inserção do bem sucedido universo cinematográfico da Marvel, iniciado por Homem de Ferro em 2008.

Desde então já fomos apresentados aos principais heróis da Marvel como os protagonistas, Capitão América e Homem de Ferro, e alguns coadjuvantes como o divertido Homem Formiga e a jovem e poderosa Feiticeira Escarlate, juntos estes formam a Iniciativa Vingadores, e este terceiro titulo do Capitão América, é quase como um “Vingadores 2.5”, reunindo os principais heróis e eventos dos bons Vingadores e de Vingadores: A era de Ultron, aliado a eventos e personagens apresentados no morno Capitão América: O Primeiro Vingador e da aclamada continuação: Soldado Invernal. E sim leitor, se você quer ter toda a experiência de Guerra Civil assistir os filmes citados é obrigatório.

A película começa frenética e sem muitas explicações, e entre uma cena de ação e outra, somos apresentados à trama principal, os governos do mundo todo representados através da ONU, propõe um acordo aos heróis da Iniciativa Vingadores, no qual exigem o controle dos super-heróis, nos trágicos eventos ocorridos nas cidades de Nova York, Sokovia, e no mais recente ocorrido Lagos, umas das primeiras e ótimas cenas de ações do filme. Ainda que os heróis tenham salvado o mundo, muitos inocentes foram vitimados. E a partir dessa premissa, os Vingadores se dividem, entre aqueles que acreditam que se faz necessário à regulamentação, entre eles, o líder Homem de Ferro, (Robert Downey Jr), que nesse filme mostra um Tony Stark mais maduro e com nuances dramáticos, bem o oposto do costumeiro piadista dos filmes anteriores. E do outro Lado Capitão América (Chris Evans), que mais uma vez se mostra a escolha perfeita para o herói que veste a bandeira americana, o protagonista principal do filme considera perigoso ter pessoas controlando os poderes e ações dos super-heróis.

Deste momento em diante a divisão entre ideologias fica mais perigosa e evidente, e com a ajuda de Zema, um vilão que aparece no máximo quatro vezes para movimentar a historia, que claramente é focada no embate dos mocinhos, o clima realmente fica tenso resultando na melhor cena de um filme do gênero, com todos os heróis lutando um contra os outros, 6 de cada lado, onde quem se destaca é o novo Homem Aranha (Tom Holland), que entrega um homem aranha fiel aos quadrinhos, adolescente com trejeitos de desajeitado, muito falante desenvolve ótimos diálogos, principalmente na luta contra o Capitão América, no qual os personagens fazem uma analogia entre a rivalidade das regiões de Nova York, e a surpresa dos destaques, Homem Formiga que se mostra muito mais poderoso do que poderíamos imaginar.

O que torna esse filme tão memorável e importante dentre as diversas adaptações de super-heróis que estreiam quase que mensalmente é o respeito que os diretores com o publico, com a história original e com os seus personagens, além dos protagonistas Homem de Ferro e Capitão América, todos os outros são trabalhados e desenvolvidos, mesmo que apareçam em cena por menos que 5 minutos, e ainda que o universo cinematográfico tenha tomado um rumo diferente dos quadrinhos, a historia da Guerra Civil permanece fiel até onde é possível, lembrando que a fase guerra civil dos quadrinhos é uma das mais cultuadas dos últimos tempos. O publico que assiste por quase 2 horas e meia de filme, tantos os profundos conhecedores deste universo como o publico que apenas acompanha pelo cinema sentem-se entretidos e com a sensação de que a historia foi muito bem contada na sua adaptação.

A comparação com Batman Vs. Superman é inevitável, afinal os rivais da DC Comics se proporão a mostrar uma historia de conflitos de super-heróis antes da Marvel, e fracassaram com um roteiro que faz exatamente o contrario de Guerra Civil, não há respeito pela historia dos personagens principais e nem mesmo aos coadjuvantes que são apresentados em uma das cenas mais estranhas e fora de contexto já vistas no cinema. Todas as problemáticas tratadas no filme da Marvel são desenvolvidas e as pontas soltas são propositais para a expansão do universo, enquanto a batalha entre super-heróis da DC termina em “pizza” e não apresenta resolução alguma.

O trunfo da Marvel se mostra por ter tido calma para apresentar cada um de seus personagens ao mais de uma década antes de reunir o time de super-herói s e continua fazendo suas inserções com muita naturalidade no próprio Guerra Civil há entrada de 2 novos personagens, o já citado Homem Aranha que traz um alivio cômico para momentos tensos e se difere muito dos 5 filmes anteriores realizados pela Sony e o Pantera Negra ( Chadwick Boseman), que tem a historia mais dramática do filme e no meio de tantos heróis conhecidos, consegue ter destaque e ser bem defendido na trama.

Enquanto em Batman Vs. Superman sentimos que os personagens expostos, são lançados na tela com o intuito de gerar logo os novos filmes e chegar ao faturamento da rival, até mesmo a ausência do Deus Thor e do raivoso Hulk, ambos fortíssimos personagens que poderiam desnivelar o combate é entendido, visto que o único personagem com poderes muito destoante dos demais heróis que participa dessa adaptação, o Visão, mantém uma postura pacífica e não entra de fato no combate. Evitando momentos constrangedores como a luta de Mulher Maravilha, Superman e o Apocalipse, todos indestrutíveis, enquanto o Batman, mais fraco ficava acompanhado de longe e sem muita reação.

Se há uma falha neste terceiro filme do Capitão América, é o vilão Zemo, a Marvel costuma apresentar e construir vilões apenas para movimentar a historia e focarem no herói, (com exceção do ótimo Loki que rouba a cena de Thor), e dessa vez não é diferente, porém não vimos quase nada do vilão icônico dos quadrinhos, o Zemo do cinema é muito diferente, apático e real demais para um filme de heróis, tem a historia, personalidade e objetivos complementarmente alterados dos quadrinhos, e os fãs deste personagem se decepcionaram e até questionaram o porquê de ter utilizado o nome de Zemo para um personagem tão diferente e até mesmo qual a necessidade de um vilão numa historia que consegue se movimentar por si só. Porém esse pequeno erro é irrisório perto de todos os feitos e o resultado final deste filme que já é considerado por muitos, um dos melhores filmes de super-herói já realizados. E você leitor já assistiu ou irá assistir Capitão América 3: Guerra Civil? Conte para nós.

Capitão América 3: Guerra Civil
Ano: 2016
Gênero: Aventura / Ação / Super-herói
Direção: Anthony e Joe Russo
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr, Sebastian Stan, Paul Rudd, Don Cheadle, Scarlet Johansson etc.
Duração: 2h 27m

Nota: 9,5
Melhor: A cena de embate entre todos os heróis
Pior: A apatia do vilão

Alan Morais é formado na área financeira, apaixonado por séries, quadrinhos, games e cinéfilo de carteirinha. Twitter e Instagram: @allmorais

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